sábado, agosto 14, 2004

fome

Maurício saí do escritório correndo, entra na sua Pajero e voa pra um restaurante. No caminho pega um engarrafamento, normal da hora do almoço, mas um suplício para ele, que estava morrendo de fome há um bom tempo. Do lado de fora, uma criança sentada no chão, pedindo esmola à quem passava na rua. Maurício sabia que o garoto tava com fome, pensou em ajudar, mas o sinal abriu e ele foi embora.
Aquela imagem realmente tocou ele. O garotinho com fome. Parou pra pensar mais e lembrou-se dos famintos em países da Ásia, África e etc. Pensou nas crianças famintas do mundo todo, ficou triste, pois não sabia como ajudar.
Depois de sair do trànsito caótico, chega ao seu restaurante favorito. Recebido com um boa tarde pelo porteiro sempre simpático, Maurício senta à mesa e pede seu filet com bacon, salada de batata, arroz e suco de limão. Enquanto o pedido não vem, Maurício volta à pensar no garotinho, que ainda devia estar na rua, passando fome e pensou nos outros milhões em todo o mundo que passavam pela mesma dificuldade.
Resolvou ajudar. Ele podia doar dinheiro pra entidades, ajudar com a sua empresa criando projetos pra pessoas com fome, podia fazer trabalho comunitário, podia mudar o mundo assim! Mas não podia de jeito nenhum deixar tudo aquilo como estava, não depois de tudo que passou pela sua cabeça. Estava decidido que saindo do restaurante iria à um lar de desabrigados fazer seu donativo.
A barriga roncava e Maurício ficava ansioso olhando, procurando o graçom. Passado mais uns 5 ou 7 minutos, chega a comida.
Marício enche a barriga, repete o suco e fica palitando os dentes depois. Agora sim, estava feliz. Todo seu sufoco podia ser resolvido com prato de comida.
Fica um tempinho no restaurante, fazendo a digestão, então lembra que tem reunião pra resolver problemas da empresa por volta de duas da tarde. Levanta-se apressado e vai trabalhar, cheio de preocupação, ainda tinha que passar em casa pra trocar de terno.
Maurício era um homem de negócio, ocupado demais. não tinha tempo à perder.

e a vida continua, ou não.

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